Como o senhor avalia a sua gestão frente à diretoria da Regional São Paulo no biênio 1996-1997?
Uma das coisas mais difíceis de avaliar é a própria gestão. Após a fase eleitoral, fica-se perplexo e honrado em presidir uma Regional da SBCP, principalmente a de São Paulo e assumir e ter a responsabilidade de administrar os associados. Os tempos eram outros e, além de poder ajudar alguns colegas, pudemos manter a organização da Jornada Paulista e do Curso dos Residentes que, na ocasião, era presencial. Neste último evento, para incentivar os alunos, demos prêmios aos mais assíduos e para os que obtiveram as melhores notas na prova. Devo muito tudo isso aos meus companheiros, o Dr. Paulo (secretário) e o Dr. Douglas Jorge (tesoureiro).
Quais foram as principais realizações em sua gestão?
Aquilo que eu acredito ter sido um marco histórico foi ter instituído os encontros do interior. Conseguimos, com isso, propagar a Cirurgia Plástica a todos os rincões mais distantes do Estado. O intuito era fazer com que colegas do interior participassem na organização e, neste processo, buscarmos “pérolas”, às vezes desconhecidas, com notória capacidade profissional e conhecimento científico. O jornalista Raul Kury nos ajudou muito na promoção desses encontros através das mídias locais. Com isso, conseguimos captar vários “diamantes brutos”, incentivando-os a apresentar os seus trabalhos no meio científico, mostrando que o interior do Estado também tinha excelentes colegas de exímia capacidade profissional.
Em sua visão, como o senhor analisa as atividades da Regional São Paulo, a maior da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica?
Acredito que a atual gestão está fazendo um excelente trabalho, trazendo colegas com conhecimentos sólidos, inclusive em temas desconhecidos e importantes para a nossa especialidade. Acho que a transmissão de todos os encontros também dá acesso aos que não puderam participar dos eventos, além de nos permitir rever os diversos assuntos abordados nas jornadas e encontros de nossa Regional.
Qual é o futuro que o senhor vislumbra para um melhor desempenho da Regional frente aos seus sócios?
Um tema para nos preocuparmos é o esfacelamento da especialidade por médicos de outras especialidades exercendo a cirurgia plástica de maneira não ética e por profissionais de outras áreas atuando sem o mínimo conhecimento dos procedimentos especializados que realizam, provocando um afluxo de péssimos resultados em nosso dia-a-dia.
Algo que agrava mais ainda esta situação é o posicionamento de nossos governantes, que compactuam com a ideia de muitas profissões atuarem na Medicina.
Os honorários dos planos de saúde é um tema a ser discutido e acredito ser também um grande desafio para a SBCP.