Entrevista com Drª Meire Augusto De Oliveira Bruscagin, regente do serviço de cirurgia plástica do Complexo Hospitalar Do Mandaqui.

Drª. Meire, fale-nos sobre sua formação, especialização e trajetória junto à SBCP.

Sou a Drª. Meire Augusto de Oliveira Bruscagin, formada pela 25ª turma da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, onde cursei a Faculdade de Medicina, Residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, na época, sob a regência do Dr. Douglas Jorge.

Em 1997, fiz a prova e obtive o Título de Especialista em Cirurgia Plástica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Naquela época, a prova do Título de Especialista era realizada no último ano de residência.

Terminada a residência em Cirurgia Plástica, em 1998, fiz o Estágio de Complementação Especializada em Cirurgia Plástica e Mama, na Disciplina de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas em São Paulo.

Em junho do mesmo ano fui convidada pela Drª. Rosangely Corsi para trabalhar na equipe de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui. Em 1999, assumi a coordenação da equipe de Cirurgia Plástica.

Em 2009, apresentei o trabalho “Utilização de retalhos cruzados fasciocutâneos na reconstrução do pé torto congênito” para obtenção do título de Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Em 2005, iniciou-se um convênio entre a equipe de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui e o serviço de Cirurgia Plástica Oswaldo Cruz, cujo regente era o Dr. Aulus Albano. Os estagiários na época dividiam-se entre o Hospital do Mandaqui e o Serviço Oswaldo Cruz.

Em 2014, o serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Mandaqui foi credenciado pelo MEC e o acesso ao programa de residência passou a ser realizado pela prova do SUS São Paulo. Em 2015, o nome do serviço mudou para Serviço de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui e, em 2017, assumi a regência do Serviço com a aposentadoria do Dr. Aulus Albano.

Como chefe do serviço credenciado do Complexo Hospitalar do Mandaqui, qual a estrutura atual e principais atividades exercidas pelos residentes?

O Serviço de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui é composto por cinco preceptores: Dr. Carlos Gameiro, Dr. Eduardo Mordjikian, Dr. Luiz Alexandre Tissiani, Drª. Meire A. Oliveira Bruscagin (Regente), Drª. Pamela Verissimo.

O grupo de residentes é composto por seis residentes, sendo oferecidas duas vagas de residência por ano. Atualmente (2023), os residentes que estão cursando o programa de residência em Cirurgia Plástica são: R3 – Dr. Luiz Fernando Barradas e Drª Pamela Carrijo Costa; R4 – Drª. Ana Valéria M. M. Maranhão e Dr. Edson Vinicius Milanello; R5 – Dr. Gabriel Alves Monteiro de Melo e Dr. Tiago Ferreira de Melo

As atividades do serviço incluem atendimentos no ambulatório do hospital, realização de cirurgias de pequeno, médio e grande porte, atendimento das interconsultas de pacientes internados no hospital nas especialidades de Clinica Médica, Cirurgia Geral, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria e Cirurgia Infantil, Ginecologia e Obstetrícia, e Pronto Socorro.

Realizamos cirurgias reparadoras de deformidades congênitas, reparação de traumas na fase aguda e suas sequelas, oncologia cutânea, reconstrução mamária, entre outras e cirurgias estéticas, tais como mamoplastias redutoras e de aumento, abdominoplastias, orelhas de abano, blefaroplastias, otoplastias, lifting de face entre outras.

Realizamos semanalmente uma reunião científica, para apresentação de aulas teóricas e orientações para as pacientes candidatas às cirurgias estéticas.

Temos convênios com outros serviços para estágios complementares ao serviço de residência. Os estágios são realizados nos seguintes hospitais: Hospital Cármino Caricchio (Setor de Queimados), Hospital da Mulher – Pérola Byington (reconstrução mamária), Hospital A. C. Camargo (oncologia cutânea) e Instituto Boggio (Fellow de Cosmiatria).

Ao término da residência, os residentes R5 apresentam o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), realizado no serviço.

Qual a importância da participação dos residentes nos eventos científicos da SBCP?

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem um papel importante na vida acadêmica, na atualização científica de todos os seus membros e, principalmente, na formação dos futuros cirurgiões plásticos, uma vez que muitos deles são formados pelos serviços credenciados pela Sociedade Brasileira.

Cabe à Sociedade mostrar aos seus membros e, especialmente aos residentes, a especialidade da Cirurgia Plástica em toda a sua abrangência, técnica, ética e em relação aos concorrentes.

Quais seriam as suas sugestões de temas da cirurgia plástica estética e reconstrutiva para os próximos eventos, neste ano de 2023?

Alguns temas importantes que poderiam ser discutidos nos eventos da sociedade seriam, a meu ver, inovações técnicas em Cirurgia Plástica (refinamentos cirúrgicos, utilização de tecnologias, suas aplicações e limitações), a relação com as empresas de produtos médicos (implantes mamários, produtos cosmiátricos e tecnologias cirúrgicas) e ética médica e interprofissional.