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Revista Plástica Paulista
1. Dr. Juarez, como avalia sua gestão frente à diretoria da Regional São Paulo no biênio 1982/1983?
Nossa gestão, ocorrida há quatro décadas, está marcada por memoráveis realizações no cenário científico cujos propósitos eram fortalecer a formação dos cirurgiões plásticos naquela época e revigorar as futuras gerações. Atualmente, pode-se aquilatar que nossas ambiciosas metas foram alcançadas tanto quanto à formação de novos especialistas como o nosso significativo incentivo às publicações científicas.
Para o desempenho de nossa gestão, contei com a valiosa colaboração de meus colegas de equipe e renovo aqui meus agradecimentos aos Drs. Luiz Arthur Queiroz Alves (Tesoureiro e Secretário da Diretoria), Edith Horibe, Dulce Maria Martins, Luiz S. Toledo, Paulo Keiki Matsudo, Robert Jan Bloch, Antônio Batuira, David Chvindelman, que não pouparam esforços para nossas audaciosas realizações. Nossas diversas frentes de trabalho foram desenvolvidas com determinação e harmonia entre todos os membros de nossa competente equipe. Cada um apresentou valiosas sugestões para levar conhecimentos aos nossos pares e ampliar o raio de atuação da Regional. Nosso trabalho sincronicamente arquitetado nos proporcionou satisfação na realização de cada etapa administrativa e científica.
2. Quais as principais realizações em sua gestão?
Criamos o Curso Unificado com a participação dos serviços credenciados e programação abrangente atendendo às sugestões de todos os serviços. Até aquela época, cada unidade de ensino da especialidade desenvolvia atividade didática isoladamente. Lançamos a meta de unificar as atividades de formação e ao aprimoramento dos futuros cirurgiões plásticos. Alcançamos nossa ambicionada meta com a realização de reuniões no auditório do Laboratório Carlo Erba que, com esforço dos colegas de nossa equipe de trabalho, conseguimos utilizar gratuitamente para nossas reuniões mensais.
Instituímos reuniões mensais, igualmente realizadas no auditório do mesmo laboratório, com programação científica e participação de colegas de todo o Estado. As sessões eram formadas por temas de diversificadas patologias com apresentação pelos relatores e tempo suficiente para os debates entre os participantes e membros do corpo docente.
E, finalmente, organizamos uma programação de eventos científicos com três importantes jornadas: I Jornada de Inverno de Campos do Jordão (Jornada da Copa), em junho de 1982; Simpósio Brasileiro de Abdominoplastia, em setembro de 1982; e Simpósio Brasileiro do Contorno Facial, em setembro de 1983. Para os três eventos, promovemos a publicação antecipada nos anais com registro das matérias que foram apresentadas em plenário. Aquelas importantes publicações marcaram época, pois ousamos editar os anais antes dos respectivos eventos, garantindo importante receita para a tesouraria de nossa Regional. Até aquela data, a publicação de anais de congressos, quando ocorria, era concretizada vários meses ou anos após a realização dos mesmos. Com efeito, nosso eficiente time de trabalho deixou registrado indelével registro de realização que até hoje é fonte de consulta da matéria apresentada e debatida nos eventos.
A programação científica dos três eventos foi abrangente a múltiplos campos da especialidade, contando com a participação de renomados cirurgiões plásticos paulistas e de outros estados brasileiros que fortaleceram nossas realizações.
3. Qual a importância e as principais atividades da maior Regional da SBCP em sua visão?
A Regional São Paulo, com o maior número de sócios entre as demais da SBCP, tem a elevada responsabilidade em conduzir a administração voltada a aglutinar seus associados em todo o estado. Conforme constou na campanha eleitoral a Diretoria está empenhada e já vem demonstrando imenso trabalho em favor de todos os cirurgiões plásticos paulistas. Deixo registrados meus cumprimentos pelas acertadas realizações já concretizadas que certamente assim serão ao longo da gestão. A realização de importantes eventos em diversas regiões do Estado de São Paulo é fator determinante para a harmoniosa integração dos especialistas, assim como abrir espaço para que todos possam apresentar suas contribuições científicas. Os Drs. José Octavio, Flávio Mendes e Jorge Abel, no comando da fabulosa equipe de trabalho, estão motivados a cumprir as audaciosas metas com marcantes realizações para o fortalecimento de nossa classe.
4. Qual futuro o senhor acredita para o melhor desempenho da Regional frente aos sócios?
Faço minhas as sábias palavras do saudoso Prof. Cláudio Rebello: “o futuro de nossa especialidade depende da atuação dos atuais profissionais”. Estou convencido de que seu salutar pensamento ressoou em nossa classe, pois a Cirurgia Plástica brasileira e em particular a paulista, vem registrando marcante progresso em diversas áreas responsáveis pela destacada projeção no cenário nacional e mundial. O exercício profissional com zelo e competência e empenho no progresso científico são fatores essenciais para assegurar um futuro promissor para os próximos especialistas. Eu tive o privilégio de conviver com profissionais de gerações anteriores que não estão mais conosco. Agora convivo com novos cirurgiões plásticos que estão desenvolvendo, com igual empenho, um trabalho para o enriquecimento da cirurgia plástica. Cada um pode e deve seguir os princípios éticos com aplicação de conhecimentos atualizados no campo científico para atender às necessidades e anseios dos pacientes.
Estou convencido de que as gerações futuras serão profundamente beneficiadas com o legado dos atuais profissionais. Contudo, não basta herdar conhecimentos, há constante necessidade de aprimoramento técnico e científico para assegurar a vanguarda que hoje vivenciamos. Pensando e agindo nessa direção, procuro me empenhar na divulgação de novos conhecimentos para orientação dos mais jovens e ao mesmo tempo ofereço espaço para publicação de novas informações técnicas. Na verdade, nós não somos proprietários de nossos conhecimentos – é nobre poder transmiti-los.
